há 13 horas próximo a Curitiba ·
Baderna em VHF
Tenho visto muita reclamação em relação ao VHF no modo FM na faixa de dois metros. O motivo reclamação é idêntico em todos os lados do país - é sempre o mesmo: COMPORTAMENTO INADEQUADO dos operadores.
Até os anos 70, as faixas de VHF eram permitidas somente aos Radioamadores classe A, mas diante de uma "pressão" no sentido "ah, vamos acabar extinguindo o Radioamadorismo se não facilitarmos o acesso às faixas de VHF", acabaram liberando-a totalmente aos novatos, e deu no que deu...só pra lembrar, ainda existem incautos que acreditam que também devemos liberar a faixa dos 40 metros... ...mas não vou discutir o mérito DESSA questão aqui na lista, pois quero abordar OUTRO assunto: vocês já pararam para analisar AS CAUSAS da existência desses baderneiros?
Sempre que surgem essas discussões sobre "baderna" ou "má conduta" nas faixas, me pergunto: qual o MOTIVO disso?
Como todos sabem, aqui em Americana-SP temos o CRAM, um clube completamente INFORMAL (sim, legalmente sequer existimos!) mas muito unido e bem organizado. Há mais de 25 anos mantemos ininterruptamente repetidores em 2 metros (145,210 MHz analógico e 145,230 MHz digital D-STAR), 222, 940 MHz (analógico) e UHF (439,550 MHz) (subtom 74,4 para todas as analógicas) e em breve lançaremos no ar repetidores em 52 MHz e 902 MHz, para evitar que essas faixas nos sejam tomadas simplesmente por total inutilização (sim, já tem gente da "cumpanherada corruPTa" tramando pra isso!). Também mantemos uma série de outros repetidores em áreas distantes de Americana.
Mesmo tendo por aqui tecnologia para triangulação de RDF e até mesmo como identificar eletronicamente a origem do transmissor (o famoso "analisador de portadoras"), NUNCA precisamos nos valer dessas ferramentas, pois nossos repetidores - que ficam todos na região da área DDD 19, a "mais sofrida" pelos "baderneiros do VHF". Quem já corujou os demais repetidores da região, em especial o "Chapéu de Palha" (146,910 MHz), talvez o repetidor com melhor área de cobertura que temos no país, sabe muito bem o que estou dizendo.
Mas qual o "segredo" pra não se ter "bagunça" em repetidores? Seria o "medo" de algum de nós do CRAM ou da possibilidade de ser identificado pela tecnologia que temos à mão? Não, de forma alguma. Quando existem "balaieiros", TODOS sabem quem são, sendo que muitos deles sequer se preocupam em esconder a identidade. Até mesmo porque a esmagadora maioria deles tem indicativo e está em ordem com a documentação legal exigida pela Anatel. Para saber lidar com isso é importante relembrar que TODO EFEITO TEM UMA CAUSA, portanto para RESOLVER o problema é necessário IDENTIFICAR A CAUSA que fez com que esses indivíduos se tornassem "balaieiros" ou "pitimbadores".
Depois de muito refletir e discutir esse assunto, chegamos a uma ÓBVIA conclusão: esses indivíduos agem dessa forma porque são pessoas RESSENTIDAS e/ou que foram DISCRIMINADAS pelos demais colegas, logo no início de suas atividades no radioamadorismo (aqui, com "R" minúsculo mesmo!). Podem apostar nisso! (quem tiver liberdade com algum colega conhecidamente "baderneiro" pode perguntar isso, que certamente ele confirmará!)
Dessa forma, aqui em Americana tomamos uma grande cautela: além de não discriminar NINGUÉM, especialmente novatos, procuramos nos aproximar de todos, mostrando SOLIDARIEDADE, COMPANHEIRISMO e mostrando, SEM IMPOR, aquilo que é um comportamento ético e correto.
Quando aparece algum novato aqui nos nossos repetidores, ao invés de "ralhar" com o mesmo ou simplesmente "bani-lo" chamando-o de "clandestino" (algo que todos fazem, com resultados catastróficos!), damos as boas vindas e nos prontificamos a ajudá-lo com dicas ou até mesmo materialmente com antena, fontes, instalações, manuais e, de quebra, sutilmente entregamos em mãos uma apostila completa para que ele estude e preste os próximos exames, aos quais o auxiliaremos a se inscrever.
Assim, ao invés de rude e simplesmente "levar bronca", o "futuro colega" simpaticamente é convidado nos visitar em nossos shacks, reuniões e encontros, ou então vamos até ele, onde o ajudamos a instalar uma antena melhor, verificamos suas instalações com medidores de estacionária e analisador de antena, orientamos sobre aterramento, fontes, dicas sobre como melhor utilizar seu equipamento, levamos uma cópia do manual em português do rádio que ele estiver usando e tudo o que for possível para melhor atendê-lo. NÃO TEM ERRO,
FUNCIONA! Alguém que é recebido dessa forma JAMAIS vai nos tratar de maneira inadequada, e muito menos se tornará um "pitimbador". Também vale lembrar que só toma "baderna" ou "portadoras" quem é considerado "chato", "elitista", que "monopolize" a conversa apenas entre seus amigos "mais chegados" ou que desfaça dos demais colegas em detrimento de outros. Portanto se você SEMPRE é "zuado" pelos "pitimbadores", está na hora de rever seus conceitos de comportamento... Podem existir exceções e essa tática "falhar"? Sim, tratando-se do ser humano, isso é óbvio. Mas por incrível que pareça, por aqui isso nunca ocorreu. Sem entrar no mérito de uma interminável discussão, essa foi a SOLUÇÃO EFICAZ que encontramos aqui em Americana para esse problema, a qual repasso a vocês para que reflitam e verifiquem a possibilidade de agir da mesma forma na região de vocês. Lembrem-se de que a História nada mais serve para que possamos analisar os erros do passado justamente para que os mesmos não sejam repetidos no futuro.
73,
Adinei, PY2ADN
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